Tetris

No final da década de 80, o maior fascínio de quem tinha um Spectrum ou um Commodore Amiga era as visitas aos salões "arcade", tão em voga nessa altura. Lembro-me de adormecer várias vezes a sonhar com uma conversão do Tetris para o meu querido Amiga. A versão das máquinas arcade era qualquer coisa de fenomenal!!!
Quando compraste uma das versões do Tetris para o Amiga chamaste-me a tua casa para me mostrar e para eu poder gravar e jogar em casa. Lembro-me da enorme desilusão que sentimos na altura. O jogo ficava a milhas da qualidade demonstrada pelo original das arcade. Mesmo assim o jogo era interessante e prometia algumas horas de dedicação.
Não sei bem explicar porquê, mas o que é certo é que, aos poucos, este Tetris foi-me cativando, ao ponto de o preferir, de longe, ao original das arcade. Não sei. Parece que tem qualquer coisa de mágico. Aquelas cores, aquelas músicas e aquela atmosfera despertam algo em mim que não consigo explicar. Talvez seja o mesmo "click" que, na altura, fez com que a minha querida irmã Cristina e a minha mãe (sim, leram bem, era a minha mãe) passassem tardes inteiras (e não estou a exagerar, até estou a ser simpático!!!) a jogar esta magnífica pérola. Ainda me lembro de, algumas vezes, estar em pulgas para fazer uso do meu Amiga com o meu grande amigo Pedro num qualquer jogo "a dois" e lá tínhamos que aguardar um bom bocado porque a minha irmã lá estava a jogar Tetris... Na altura ficava fulo. Só agora percebo a beleza desta recordação.
Sei que foi dos jogos que mais joguei (e ainda jogo), tanto pela sua qualidade como pelo facto de ser um jogo que parece ser sempre actual. Na altura cheguei a fazer mil e tal linhas, não sei bem ao certo. Hoje, nos meus curtos e solitários momentos de retrogaming, usando o mesmo Amiga de então, ainda não consegui superar as 423. Mas vejo tudo isso pelo lado positivo... É um incentivo a jogar cada vez mais e a continuar a tentar...
E desculpem lá, mas acho que vou fazê-lo agora mesmo. Não ouvem a música?!!!
Tam tim tam tim taaaammm...

Saudações retromaníacas!

Miguel

Rick Dangerous 2

Há quase 20 anos atrás, quando o meu Commodore Amiga 500 ainda espelhava de tão novo que era, o meu jogo preferido tinha um nome: Rick Dangerous 2. Entretanto muitas coisas mudaram... O Commodore Amiga saiu de moda, apareceram as megadrive, playstation, x-box ou wii mas, apesar de ter tudo isso aqui mesmo à mão, houve algo que se manteve: Rick Dangerous 2 continua a ser o meu jogo preferido de sempre. É, ainda, aquele que mais gosto de jogar. Mesmo já lhe conhecendo o fim. Várias vezes. Felizmente.
Claro que já não tenho 15 anos nem o tempo todo do mundo para ficar colado em frente ao Amiga dias a fio a jogar. Olho para o lado e a cadeira onde então te sentavas ao meu lado a jogar os inúmeros jogos "a dois" ou onde simplesmente davas as tuas dicas preciosas em jogos "a solo" como este Rick Dangerous 2 está agora vazia. Resta a consolação do Amiga, embora não tão "luzidio", ainda ser o mesmo. E aquela magia, aquele não sei o quê que me parecia mostrar o céu a cada segundo, felizmente, ainda se mantém também. Faltas apenas tu. Tu e tempo. Não consigo jogar mais de meia hora seguida e, por vezes, é mesmo esse o tempo que disponho para usar durante uma semana inteira. Quando essa meia hora aparece, olho para o lado na esperança que a cadeira não esteja vazia e só depois procuro consolo na solidão enquanto me perco naquelas milhentas "queridas" armadilhas, naqueles saltos impossíveis e que têm que obedecer a fracções de milésimos de segundo, aquelas balas e bombas que devo usar sabiamente pois são bem limitadas, etc, etc, etc... Vou-me rindo para o ecrã da tv à medida que vou relembrando a solução de alguns "puzzles" que, na altura, tanto tempo nos levaram a desvendar... E fico ali, perdido, a olhar para o sorriso sarcástico do nosso "Rick" com a sua capa a ondular e, quando dou por mim, estou a desejar que aquela meia hora não acabe nunca mais. Talvez porque é uma forma que encontro de estar mais perto de ti. Não sei.
Ainda me recordo da enorme alegria que senti da primeira vez que descobri que existia um 5.º nível, uma espécie de nível secreto, que só ficava disponível quando acabávamos os quatro primeiros níveis todos de enfiada. Foi das melhores coisas que me aconteceram no mundo dos videojogos.
Quase apetece perguntar: "What will Rick do next...?"

Saudações retromaníacas...

Miguel